Fundo Vale lança projeto contra desmatamento em Mato Grosso

Fundo criado pela mineradora prevê estímulos à produção agropecuária sustentável

O Fundo Vale lança oficialmente hoje em Mato Grosso seu projeto de estímulo à produção agropecuária sustentável para a contenção e a reversão do desmatamento. Na lista inicial figuram 33 municípios com alto potencial de destruição de área nativas da floresta amazônica, entre os quais Alta Floresta, onde o programa já entrou em operação há três anos. Em 2015, mais 31 prefeituras deverão aderir ao programa Municípios Sustentáveis do Fundo Vale – o mesmo já adotado no Pará.

Somada à iniciativa no Pará, a adoção do programa em Mato Grosso permitirá a formação de um arco de proteção contra o desmatamento na faixa amazônica mais exposta à pecuária extensiva e à agricultura tradicionais. Segundo Carina Pimenta, gerente do Fundo Vale – fundo de cooperação criado pela Vale que atua em parceria com instituições públicas e organizações do terceiro setor -, o programa tem como alvo primário a atração do produtor local para o uso de novas tecnologias capazes de aumentar a produtividade, sobretudo as da chamada pecuária verde.

Em Mato Grosso, explicou Carina, a média de produção pecuária é de meio boi por hectare. Graças à orientação da Embrapa e do Instituto Centro de Vida (ICV) sobre a escolha e o manejo de pastagens, a produção supera três bois por hectare em fazendas de Alta Floresta. O município saiu da lista do Ministério de Meio Ambiente dos municípios desmatadores do País. “O ganho de produtividade chama a atenção dos produtores vizinhos para a engorda mais rápida dos animais e os ganhos. A prática tende a se disseminar”, diz Carina.

Todos os produtores engajados no programa estão no Cadastro Ambiental Rural (CAR), instrumento que permite ao Ministério de Meio Ambiente consolidar informações sobre o desmatamento nas fronteiras agrícolas e sobre as áreas de preservação e de vegetação nativa.

Segundo Carina, os projetos continuam em andamento mesmo com a mudança política nas prefeituras locais, em parte por causa das pressões de organizações não governamentais, de entidades locais e da própria população. Em Alta Floresta, a secretaria municipal de Meio Ambiente chegou a funcionar dentro da sede do Sindicato Rural, um dos principais parceiros locais do programa.

POR: Denise Chrispim Marin –

FONTE: O Estado de S.Paulo